Ética de segunda ordem como terapia

A fusão da personalidade psicológica e da personalidade social é um traço de uma normatividade pré-moderna que persiste em algumas descrições teóricas. Diferentemente numa sociedade funcional diferenciada a aprendizagem normativa implica a compreensão dos deveres e dos direitos a partir de uma perspetiva reflexiva sobre a fonte de validade das regras. Isto não significa apenas que se deva situar o conteúdo normativo num quadro biográfico familiar e organizacional. Mais decisivamente é preciso colocar os deveres e os direitos no contexto contrastante da personalidade psicológica e da personalidade social. Um pano de fundo contrastante que é aprendido e está sempre a mudar. A Ética de Segunda Ordem como Terapia é um ensaio que aborda os desafios teóricos que surgem quando a observação do discurso moral opera no sentido de distinguir as diferentes fontes da criação e da destruição de motivos e deveres. O ensaio preocupa-se especialmente com a relevância terapêutica das observações de segunda ordem na indução de mudanças pessoais.