Têm sido feitas esperanças e afirmações aparentemente intermináveis sobre os potenciais benefícios dos megadados para a sociedade. O fenómeno estimulou a publicação de inúmeras reportagens nos meios de comunicação social e fomentou uma investigação académica significativa em vários domínios. No entanto apesar desta abundância de literatura o fenómeno dos grandes volumes de dados apresenta lacunas de investigação consideráveis. Especificamente tem havido recentemente um interesse crescente nas consequências sociais do Big Data com particular atenção ao potencial do fenómeno para agravar as desigualdades estruturais. Este estudo oferece uma investigação sobre o impacto do fenómeno em termos de exclusão social e o seu potencial de discriminação prejudicial. Através da realização de entrevistas semi-estruturadas a elites este artigo procura avaliar a aparente contradição entre as dinâmicas de exclusão do Big Data e a projeção concetual dominante do Big Data que frequentemente retrata o fenómeno como inclusivo e benéfico para a sociedade em geral. Para o efeito procura-se investigar a forma como aqueles que detêm uma posição privilegiada no campo do Big Data avaliam as dinâmicas de exclusão do fenómeno bem como avaliar criticamente as suas recomendações.
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