<p><strong>『Quando a Verdade Ruiu - Os Sem Vergonha』</strong></p><p> </p><p><u>― Como sobreviver sobre as ruínas da ética pisoteada pelas feras?</u></p><p> </p><p>Vivemos numa era em que o coletivo define o que é o bem</p><p>e a moral tornou-se uma língua do poder.</p><p>『Quando a Verdade Ruiu - Os Sem Vergonha』 é o registro de quem tenta permanecer humano num mundo em que a ética morreu. Como testemunha do cadáver da moral não pude deixar de escrever.</p><p> </p><p>As pessoas planejam viagens enquanto o mercado dispara como febre alta e as forças de segurança viram vigilância. Os que investigam matam em nome da ordem e os jovens presos à promessa do bem-estar herdam a dívida de um Estado inchado.</p><p>As empresas partem. O trabalho desaparece.</p><p>As feras se aproximam quebrando vértebra por vértebra a espinha do homem.</p><p> </p><p>Do alto de aviões - de Tóquio a São Paulo de Paris a Seul - as palavras Purge e Revolution piscam nas telas e ninguém sabe mais o que é começo ou fim. Os que comandam a reescrita das leis dizem:</p><p>Tudo depende da decisão do povo.</p><p>Mas a frase soa familiar - como se uma velha ditadura respirasse por trás das palavras. A lei muda de cor conforme o rosto do governante e a consciência dos juízes absorve essa cor sem resistência.</p><p> </p><p>O dinheiro estrangeiro entra como tempero nas prateleiras.</p><p>Corpos somem em becos da Ásia e governos preferem calar para não perder os favores dos impérios. Os exércitos treinam menos mas gritam mais autonomia. Os militares de ontem agora posam de heróis.</p><p>A imprensa escolhe o silêncio e chama isso de prudência.</p><p>E as vozes que discordam são classificadas como ódio falsidade excesso.</p><p> </p><p>Eu observava - todos os dias - o modo como a moral apodrecia.</p><p>A China ergue sua sombra sobre o planeta e os que se ajoelham acreditam estar servindo à paz. A liberdade se esfarela e os cidadãos abaixam a cabeça cansados de lutar contra o inevitável.</p><p> </p><p>O vento do mundo mudou duas vezes.</p><p>O Leste da Europa emergiu da cinza do comunismo com um sopro de lucidez; o Oeste afundou na lama doce do igualitarismo cego.</p><p>Na América do Sul os países ainda dançam entre o amor e o ódio aos Estados Unidos sem saber o nome da própria independência.</p><p> </p><p>Quando a lei cai nas mãos das feras o que acontece com a linguagem do homem?</p><p>A pergunta abre esta narrativa -</p><p>um murmúrio das fragilidades que atravessam cada território. Sob o disfarce de Estado os animais continuam a pisotear o lugar da ética.</p><p>E resta a dúvida:</p><p>Em que momento escolhemos sobreviver em vez de ser justos?</p><p>Este livro é um ensaio em forma de diário.</p><p>O relato de quem decidiu não se tornar uma fera. A escrita aqui não busca pureza: busca carne cheiro erro. E ao fechar cada página volto à mesma pergunta:</p><p>O que é ser humano? Até onde a consciência pode apodrecer?</p><p>Seremos capazes de trazer de volta a ética ou apenas caminharemos sobre o seu cadáver?</p><p> </p><p>No instante em que a moral é empunhada pelo poder</p><p>a besta veste o rosto do homem.</p><p>Ainda assim há quem tente arrancar essa máscara.</p><p>Que eles sejam - enquanto houver vento -</p><p>os últimos humanos de sua espécie.</p>
Piracy-free
Assured Quality
Secure Transactions
Delivery Options
Please enter pincode to check delivery time.
*COD & Shipping Charges may apply on certain items.